Uso problemático de álcool e outras drogas em moradia estudantil: conhecer para enfrentar
por ZALAF, Marilia Rita Ribeiro em
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Este estudo teve como objetivos compreender como se dá o processo saúde-doença de universitários que residem na moradia estudantil do campus Butantã da Universidade de São Paulo no que se refere ao uso problemático do álcool e outras drogas, identificar as condições objetivas desse processo e analisar as manifestações subjacentes às questões de gênero relacionadas a ele. Foi utilizada como base teórico-metodológica a Teoria da Determinação Social do Processo Saúde-Doença aliada à categoria analítica Gênero, que contribuiu para uma melhor compreensão da qualidade desse processo em cada sujeito. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas com oito moradores, sobre suas histórias de vidas e comportamentos relativos ao uso problemático de álcool e outras drogas, antes e depois do ingresso na moradia, temas relacionados à discriminação e diferenças de uso de drogas entre homens e mulheres. Após o tratamento dos dados utilizando a análise de conteúdo e a metodologia de Pierre Bourdieu que considera a realidade expressa nos discursos dos sujeitos que a vivem, concluiu-se que o ambiente de liberdade da moradia estudantil, a depressão, o desemprego e as características próprias desse espaço acadêmico são algumas condições favoráveis ao agravamento do uso problemático de álcool e outras drogas para os sujeitos que ingressaram na universidade em situação de dependência. Concluiu-se também que na moradia estão reproduzidas estereotipias de gênero como subalternidade feminina, preconceito e culpabilização pelo uso de drogas